O que é informação? Muitas vezes o termo é utilizado equivocadamente como sinônimo de dado ou conhecimento. A palavra informação, por si só, apresenta diferentes definições, aplicações e significados nos diversos contextos em que é aplicada. Neste post, apresentamos alguns conceitos apresentados por relevantes autores.
No artigo “O uso da informação na formulação de ações estratégicas pelas empresas”, Miranda apresenta a relação entre o conceito de dado, informação e conhecimento. O autor indica que os dados, quando organizados de modo a apresentar significado e utilidade para uma decisão, são considerados informação.
O autor afirma que as informações, quando registradas em um suporte que caracterize o saber disponível sobre algum tema, representa conhecimento explícito. Considerando o conhecimento tácito como o acúmulo do saber prático, propõe, ainda, que o conhecimento estratégico se refere à combinação dos conhecimentos tácito e explícito.
Veja os conceitos apresentados pelo autor:
- dado é o conjunto de registros qualitativos ou quantitativos conhecido que, organizado, agrupado, categorizado e padronizado adequadamente transforma-se em informação;
- informação são dados organizados de modo significativo, sendo subsídio útil à tomada de decisão;
- conhecimento explícito é o conjunto de informações já explicitadas em algum suporte (livros, documento etc.) e que caracteriza o saber disponível sobre tema específico;
- conhecimento tácito é o acúmulo de saber prático sobre um determinado assunto, que agrega convicções, crenças, sentimentos, emoções e outros fatores ligados à experiência e à personalidade de quem o detém;
- conhecimento estratégico é a combinação de conhecimento explícito e tácito formado a partir das informações estratégicas e de informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento de especialistas; (MIRANDA, 1999, p.286/287)
Para Davenport, dados são como “simples observações sobre o estado do mundo”, informações são “dados dotados de relevância e propósito” e conhecimento é a informação valiosa da mente humana.
Na mesma linha, Le Coadic aponta que a informação consiste em um “conhecimento escrito (registrado) em sua forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte”. De acordo com o autor, a informação corresponde à transmissão de um significado a um ser consciente, por meio de mensagens inscritas em um suporte espacial temporal.
Para Buckland, a informação pode ser definida com base na análise dos diferentes contextos nos quais pode estar inserida. Desta forma, o autor define a informação sobre três perspectivas: como processo, como conhecimento e como coisa.
Na primeira perspectiva, a informação está relacionada ao “ato de informar”, em que o emissor e o receptor estão presentes em um processo de comunicação e o receptor altera o seu estado de conhecimento ou saber.
Na segunda proposta, o termo é utilizado para se referir ao que foi compreendido no processo informacional, ou seja, a informação passa a significar o que foi recebido e promoveu a alteração do conhecimento do receptor no processo informacional.
Na terceira perspectiva, Buckland trata da utilização do termo informação para dar qualidade aos dados e documentos, partindo da premissa que o conhecimento, como sendo pessoal, subjetivo e conceitual, precisa ser descrito em algum meio físico para que possa ser comunicado.
A análise do termo informação faz-se necessária para o entendimento da gestão da informação e sua associação ao processo de construção da estratégia organizacional. Dessa forma, o questionamento e o entendimento dos conceitos e sua aplicação é o caminho para o desenvolvimento de estratégias voltadas à eficiência na gestão de projetos, processos e organizações.
Por Felipe Cruz
Referências:
BUCKLAND, M. Information as thing. Journal of the American Society of Information Science, v. 42, n.5, p. 351-360, 1991.
DAVENPORT, T. H., Ecologia da Informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. 5ª ed. São Paulo: Futura, 1998.
LE COADIC, Y. A ciência da informação. 2 ed. Brasília: Briquet de lemos, 2004.
MIRANDA, R. C. R. O uso da informação na formulação de ações estratégicas pelas empresas. Ciência da Informação, Brasília, v. 28, n. 3, p. 286-292. 1999. Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2013